Documentos Eletrônicos e Novos Papéis

As transformações trazidas pela tecnologia da informação estão levando empresas de diversos setores, entre elas as sociedades de fomento comercial, a readequar seu modelo de gestão. Em fevereiro último, este movimento foi incrementado com a Instrução 531 da CVM.

Em essência, o texto força o segmento de recebíveis a buscar soluções para a gradual desmaterialização de documentos como a duplicata, agora em formato digital. Essa situação está exigindo de fornecedoras de tecnologia, bancos custodiantes, factorings e FIDCs, investimentos em soluções de TI de última geração.

Cedentes e sacados da indústria e do atacado, bem como os transportadores de cargas, embora já familiarizados – por força de lei – com a NF-e e o Conhecimento de Transporte eletrônico (CT-e), não estavam acostumados a circular esses documentos, muito menos emitir e transacionar duplicatas e contratos digitais com o segmento de recebíveis.

Os empresários precisam compreender plenamente as mudanças do mercado, priorizando o uso de softwares e hardwares mais potentes, além de treinar constantemente seus colaboradores. Não aderir às novas tecnologias é um estágio perigoso rumo ao insucesso.

No setor de recebíveis, especialmente em se tratando de factorings, FIDCs e securitizadoras, brevidade e agilidade caminham juntas, e são necessárias em todos os processos da operação. Assim, qualidade e riqueza de informações no menor tempo possível só poderão ser obtidas com sistemas tecnologicamente atualizados. Sobretudo no FIDC, onde a ausência da assinatura de uma das partes envolvidas simplesmente inviabiliza a operação.

Além de buscar constantemente a eficiência operacional, o incremento de suas receitas, redução de custos, e a oferta de novos serviços e produtos ao mercado, as empresas de recebíveis necessitam cada vez mais estreitar o relacionamento e as parcerias com os fornecedores de tecnologia para alinhar seu negócio a essa nova realidade com base em fatores que superem em muito a prevalência do menor preço ou da simples simpatia pessoal, na hora de definir a quem delegar missão tão crítica e estratégica.

Esse é o verdadeiro papel que, bem desempenhado, não só poderá tornar a empresa mais eficaz no seu dia a dia, como também - e principalmente - melhorar sua análise dos relatórios gerenciais, meio caminho andado para que tome, na maior parte das vezes, a melhor decisão.

Valter Rodrigues Viana

Valter Rodrigues Viana

Graduado em Administração de Empresas, Pós Graduado em Administração Econômica Financeira. Professor Universitário, Professor do MBA em Gestão Estratégica de Factoring, empresário há mais de 25 anos no setor de tecnologia da informação, desenvolvendo softwares de gestão empresarial e plataformas de antecipação de recebíveis.