Economia

Crédito bancário teve nova queda em julho, diz Banco Central

Em um ambiente de alta dos juros bancários e de forte retração do nível de atividade, os empréstimos bancários continuam se retraindo. Segundo informou o Banco Central nesta quinta-feira (25), as operações de crédito liberadas por bancos registraram queda de 0,4% em julho deste ano, para R$ 3,11 trilhões.

Em quase todos os meses deste ano, houve queda no saldo total do crédito bancário. Somente em maio deste ano houve crescimento. No acumulado dos sete primeiros meses de 2016, informou a autoridade monetária, a queda foi de 3,2%. Em 12 meses, ainda há crescimento, mas muito pequeno, de apenas 0,2%.

"Já não é epoca sazonal característica de retração, que é mais comum nos primeiros meses do ano. O mercado de crédito evolui de uma maneira bastante contida ao longo deste ano, refletindo principalmente um nível de atividade em patamar baixo. Reflete também uma elevação do custo do crédito nos últimos meses", avaliou Tulio Maciel, chefe do Departamento Econômico do Banco Central.

De acordo com ele, a atual previsão para este ano, de um crescimento de 1% no estoque do crédito bancário, está de 1%. Porém, Maciel afirmou que essa estimativa deve ser revista no próximo mês, "provavelmente para baixo". Com o recuo em julho, a relação do crédito com o Produto Interno Bruto (PIB) ficou em 51,4% em julho, contra 51,9% em junho deste ano. Em julho do ano passado, o crédito bancário representava 53,3% do PIB.

Modalidades

De acordo com o Banco Central, a retração do crédito no mês passado reflete do declínio de 0,9% na carteira das pessoas jurídicas, para R$ 1,58 trilhão, e de um aumento de 0,1% no estoque destinado às pessoas físicas - que atingiu R$ 1,53 trilhão.

O crédito livre (excluindo linhas do BNDES, de crédito habitacional e rural) atingiu R$ 1,55 trilhão em julho, com queda de 1% no mês passado e de 2,5% em doze meses.

"A carteira de pessoas jurídicas [dentro do crédito livre] declinou 1,8% no mês, totalizando R$755 bilhões, destacando-se os declínios em capital de giro e outros créditos livres (principalmente, aquisição de recebíveis). No crédito às famílias, o saldo situou-se em R$799 bilhões (-0,1% no mês), destacando-se a expansão do crédito pessoal consignado e o declínio nos financiamentos de veículos', informou o Banco Central.

O crédito direcionado, por sua vez, alcançou R$ 1,56 trilhao, com alta de 0,1% no mês passdo e de 3% em doze meses. "O saldo das operações com pessoas físicas cresceu 0,2%, atingindo R$ 732 bilhões, com aumento de 0,8% no crédito imobiliário. Os financiamentos às empresas permaneceram estáveis em R$ 830 bilhões", informou o BC.

http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/08/credito-bancario-registra-nova-queda-em-julho-informa-banco-central.html