Tecnologia

Blockchain deve mudar paradigmas na indústria financeira

Eficiência, confiabilidade, redução de riscos e de custos são os apelos da tecnologia, na avaliação da Accenture

Mais eficiência, segurança do processamento pós-negociação com economia de US$ 20 bilhões por ano até 2021 e redução de erros, riscos, latência e requisitos de capital. Estes benefícios serão oferecidos pelas soluções de blockchain, tendência que promete mudar paradigmas da indústria financeira, na avaliação da Accenture.

No Brasil, esta vertente já está na pauta dos principais players da vertical finanças, como Bradesco, Itaú, Santander e HSBC, que participam do consórcio global R3. A iniciativa reúne mais de 40 representantes globais que, juntamente com agentes regulatórios, desenvolvem produtos baseados em blockchain.

“Assim como o protocolo de comunicação TCP/IP impulsionou novos negócios na Internet na década de 90, acreditamos que o blockchain deverá conquistar o mercado de capitais”, salienta Paulo Ossamu, diretor executivo da Accenture Technology Strategy, em entrevista para o portal de Executivos Financeiros.

Ele afirma que uma redução drástica de custos se tornará possível deste modo, pois o setor não mais utilizará a reconciliação financeira, processo altamente dispendioso e complexo. Segundo o entrevistado, o blockchain pode ser comparado a um livro razão digital, no qual todas as transações são contabilizadas e ficam guardadas em um ambiente distribuído e seguro com a criptografia: “Em uma operação de trade, por exemplo, ficam registradas a compra e venda de títulos, todo o histórico das transações e o registro é imutável e incorruptível”.

Para acelerar a adoção destas soluções no país, a Accenture firmou aliança com a Digital Asset Holdings. Com a parceria, as duas empresas pretendem desenvolver um portfólio para bancos, corretoras e fornecedores de infraestrutura. Concretizando a empreitada, a Accenture participou da rodada de investimentos da Digital Asset, que levantou mais de US$ 60 milhões em financiamento em janeiro deste ano.

No esforço de aportar soluções com este perfil para o mercado brasileiro, conta Ossamu, a Accenture será responsável pela integração dos produtos. No seu escopo consta uma ampla gama de serviços, como estudos de viabilidade, projeto do modelo operacional, consultoria em arquitetura de sistemas, segurança cibernética e nuvem.

Entre outras várias iniciativas neste terreno, a Accenture anunciou sua participação como membro principal do Linux Hyperledger, um projeto de código aberto para o avanço da tecnologia digital blockchain no registro e verificação de transações. Mais de 20 empresas estão envolvidas no programa, incluindo a própria Digital Asset Holdings.

Outro passo foi a criação do Centro de Excelência de Blockchain, em Sophia Antipolis (França), que oferece acesso a conhecimentos técnicos e de negócios no segmento. São mais de mil profissionais no mundo com foco no mercado financeiro. A Accenture também é parceira da Ripple, provedora de soluções globais de liquidação financeira.

O investimento em tecnologias baseadas em blockchain deverá mais do que quintuplicar em quatro anos. De US$ 75 milhões em 2015, os gastos nesses projetos devem chegar a US$400 milhões até 2019, segundo a empresa de pesquisa Aite Group.

http://executivosfinanceiros.com.br/ti/ti/item/3984-blockchain-deve-mudar-paradigmas-na-ind%C3%BAstria-financeira.html