Tecnologia

Entre as fintechs ainda há muito espaço para ser explorado

A concorrência acirrada entre as instituições bancárias vem fazendo com que cada vez mais elas corram atrás de tecnologias inovadoras para se destacar no mercado e sair na frente nessa disputa. Um estudo da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) realizado pela Deloitte mostra que, em 2015, o Brasil ocupou o sétimo lugar em gastos com TI no setor bancário, em relação às dez maiores economias globais.

Além da pressão para oferecer serviços altamente diferenciados e atrativos a um valor acessível, há também um outro fator que tem contribuído para essa busca incessante por novas tecnologias: a mudança no perfil dos clientes. Hoje muito mais exigentes, informados e conectados, eles estão ávidos por novidades que atendam às suas necessidades, tanto pessoais, como de negócios.

Ao mesmo tempo em que precisam inovar, a criticidade das suas operações faz com que os bancos planejem investimentos em TI com muita cautela, para priorizar acima de tudo a segurança das informações de seus clientes. Sem tempo a perder, e para ganhar agilidade no desenvolvimento dessas soluções, nos últimos anos vários bancos estão se associando a fintechs ou investindo em parcerias e aquisições de startups para que elas sejam braços de aceleração e inovação para seus negócios.

Apontadas por especialistas como o futuro do mercado financeiro, ao oferecer a agilidade e a ousadia que os bancos não têm para desenvolver soluções inovadoras que vão ao encontro ao que o consumidor atual necessita, as fintechs têm ganhado espaço e revolucionado os meios de pagamento.

Alguns players apostam em incubadoras de fintechs com interesse de se aproximarem de seus movimentos, incentivando sua aceleração. Outras preferem adquirir essas empresas e colocá-las dentro se sua estrutura física, para ter um 'braço" próprio de aceleração.

Mas o fato é que todo esse cenário tem gerado muitas oportunidades para as fintechs, tanto para criar tecnologias para iniciativas de comunicação com o cliente, como para os serviços financeiros em si. Ou seja, ainda há muito espaço para ser explorado. E, para correr atrás dessas oportunidades, muitas delas se tornam parceiras entre si criando soluções e serviços em conjunto.

Especializadas em diferentes frentes, sejam elas o desenvolvimento de software, a experiência do usuário ou o know-how financeiro, as fintechs oferecem tecnologias que se complementam entre si. O resultado disso só traz vantagens aos bancos, que se beneficiam ao contar com soluções de ponta, especializadas, e com alto potencial de conectividade com seu legado e também com novas aplicações.

Sem dúvida, para competir de novas maneiras se destacando cada vez mais da concorrência, as instituições bancárias deverão aderir às inovações oferecidas pelas fintechs. É um caminho sem volta para quem não quer correr o risco de oferecer serviços e produtos obsoletos. 

(*) Adriano Tchen é CTO da Hub Fintech

http://cio.com.br/opiniao/2017/03/20/entre-as-fintechs-ainda-ha-muito-espaco-para-ser-explorado/