Mesmo diante das incertezas políticas e econômicas atuais, a expectativa é que as empresas brasileiras devem apresentar resultados líquidos (lucros) melhores de 2018 a 2020.
O cenário nesse triênio será de crescimento relativamente baixo da economia, com mais contratações de trabalhadores, mas sem necessariamente um aumento da renda (salários) e dos investimentos devido à alta capacidade ociosa do País.
É o que percebe da pesquisa “Reestruturação empresarial e comunicação com investidores - Amadurecimento em meio à crise” divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri) e Deloitte com 167 empresas e 220 profissionais das áreas de RI, finanças, contabilidade, controladoria e estratégia, gestão de investimentos e mais quatro juízes. Para 92% dos consultados, a receita líquida vai aumentar; e 67% planejam aumentar a folha de pagamento nesse mesmo período.
Entre as demais expectativas apontadas pelos entrevistados para o período 2018 a 2020 estão: a continuidade da redução do endividamento das companhias; a queda das despesas administrativas e de custos; e resultados maiores.
Na avaliação do diretor-presidente do Ibri, Guilherme Setubal Souza e Silva, a perspectiva ainda é baixa para um aumento dos investimentos. “A economia vai melhorar um pouco. Será preciso mais gente nas fábricas. Pode-se contratar mão-de-obra sem gastar um real a mais em investimentos. O crédito caindo na área corporate de grandes bancos [Itaú, Bradesco, BB] é um indicativo disso”, argumentou o diretor-presidente.
Na visão do sócio-líder de reestruturação empresarial da Deloitte, Luís Vasco, as novas contratações não significarão um aumento dos salários, e consecutivamente, da renda das famílias. “Temos uma massa de 13 milhões de desempregados que demora a cair”, diz.
Guilherme Setubal lembrou que a crise econômica (2015-2016) trouxe muitas lições ao empresariado. “A crise afetou muito, mas deixa as companhias mais saudáveis daqui para frente”, aponta.
Segundo o estudo, entre as lições aprendidas com a recessão estão: a melhora da gestão financeira (38% das respostas múltiplas); gestão de custos (27%); estratégia e planejamento (17%), busca pela eficiência (12%), governança e gestão de riscos (10%) e gestão de investimentos (7%).
Dentre as conclusões da pesquisa sobre os últimos três anos (2015-2017) revelou-se: que devido a restrição do crédito corporativo nos bancos houve mais aportes de capital de parte dos sócios; reestruturação de endividamento; renegociação de contratos especialmente com fornecedores e clientes; e o crescimento baseado em eficiência operacional com a redução de custos, controle e gestão de riscos. “A crise obrigou as empresas a comunicarem com clientes, fornecedores e comunidades, e a serem transparentes com o mercado”, disse Luís Vasco.
Da consulta com juízes, a pesquisa mostrou que a legislação de recuperações judiciais em vigor desde 2005 já trouxe experiências importantes para credores e companhias. Na ótica dos juízes, o aumento dos casos de recuperação não representa aumento nos casos de sucesso. “A empresa relata que tem uma dificuldade, o banco corta a linha [de crédito]. Falta oxigênio [dinheiro] e a empresa é obrigada a entrar em recuperação”, exemplificou Luís Vasco, da Deloitte.
Potencial do mercado
Nos próximos 10 anos (até 2027), o volume de recursos captados via emissão de dívidas no mercado de capitais deverá crescer 136,3%; e o número de companhias abertas na bolsa brasileira (B3) deverá ter um acréscimo de 317 empresas, em relação as 403 listadas em maio de 2018. “Sem a presença significativa do BNDES no crédito subsidiado e juros relativamente baixos (Selic em 1 dígito), a projeção é otimista”, afirmou o professor do Centro de Estudos do Mercado de Capitais (Cemec) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Carlos Rocca, sobre o estudo divulgado ontem pela Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) no 20° Encontro de RIs e Mercado de Capitais.
https://www.dci.com.br/financas/cenario-ate-2020-e-de-resultados-melhores-1.717287
O cenário nesse triênio será de crescimento relativamente baixo da economia, com mais contratações de trabalhadores, mas sem necessariamente um aumento da renda (salários) e dos investimentos devido à alta capacidade ociosa do País.
É o que percebe da pesquisa “Reestruturação empresarial e comunicação com investidores - Amadurecimento em meio à crise” divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri) e Deloitte com 167 empresas e 220 profissionais das áreas de RI, finanças, contabilidade, controladoria e estratégia, gestão de investimentos e mais quatro juízes. Para 92% dos consultados, a receita líquida vai aumentar; e 67% planejam aumentar a folha de pagamento nesse mesmo período.
Entre as demais expectativas apontadas pelos entrevistados para o período 2018 a 2020 estão: a continuidade da redução do endividamento das companhias; a queda das despesas administrativas e de custos; e resultados maiores.
Na avaliação do diretor-presidente do Ibri, Guilherme Setubal Souza e Silva, a perspectiva ainda é baixa para um aumento dos investimentos. “A economia vai melhorar um pouco. Será preciso mais gente nas fábricas. Pode-se contratar mão-de-obra sem gastar um real a mais em investimentos. O crédito caindo na área corporate de grandes bancos [Itaú, Bradesco, BB] é um indicativo disso”, argumentou o diretor-presidente.
Na visão do sócio-líder de reestruturação empresarial da Deloitte, Luís Vasco, as novas contratações não significarão um aumento dos salários, e consecutivamente, da renda das famílias. “Temos uma massa de 13 milhões de desempregados que demora a cair”, diz.
Guilherme Setubal lembrou que a crise econômica (2015-2016) trouxe muitas lições ao empresariado. “A crise afetou muito, mas deixa as companhias mais saudáveis daqui para frente”, aponta.
Segundo o estudo, entre as lições aprendidas com a recessão estão: a melhora da gestão financeira (38% das respostas múltiplas); gestão de custos (27%); estratégia e planejamento (17%), busca pela eficiência (12%), governança e gestão de riscos (10%) e gestão de investimentos (7%).
Dentre as conclusões da pesquisa sobre os últimos três anos (2015-2017) revelou-se: que devido a restrição do crédito corporativo nos bancos houve mais aportes de capital de parte dos sócios; reestruturação de endividamento; renegociação de contratos especialmente com fornecedores e clientes; e o crescimento baseado em eficiência operacional com a redução de custos, controle e gestão de riscos. “A crise obrigou as empresas a comunicarem com clientes, fornecedores e comunidades, e a serem transparentes com o mercado”, disse Luís Vasco.
Da consulta com juízes, a pesquisa mostrou que a legislação de recuperações judiciais em vigor desde 2005 já trouxe experiências importantes para credores e companhias. Na ótica dos juízes, o aumento dos casos de recuperação não representa aumento nos casos de sucesso. “A empresa relata que tem uma dificuldade, o banco corta a linha [de crédito]. Falta oxigênio [dinheiro] e a empresa é obrigada a entrar em recuperação”, exemplificou Luís Vasco, da Deloitte.
Potencial do mercado
Nos próximos 10 anos (até 2027), o volume de recursos captados via emissão de dívidas no mercado de capitais deverá crescer 136,3%; e o número de companhias abertas na bolsa brasileira (B3) deverá ter um acréscimo de 317 empresas, em relação as 403 listadas em maio de 2018. “Sem a presença significativa do BNDES no crédito subsidiado e juros relativamente baixos (Selic em 1 dígito), a projeção é otimista”, afirmou o professor do Centro de Estudos do Mercado de Capitais (Cemec) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Carlos Rocca, sobre o estudo divulgado ontem pela Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) no 20° Encontro de RIs e Mercado de Capitais.
https://www.dci.com.br/financas/cenario-ate-2020-e-de-resultados-melhores-1.717287
