Fomento

Riscos operacionais superam os de crédito

A tese é do consultor Ernani Desbesel, que ministrou na última quarta-feira (15/08), na sede do SINFAC-SP, o curso “Gestão de Risco nas Empresas do Setor”, durante o qual abordou as ameaças mais frequentes ao sucesso de factorings e securitizadoras.

Segundo o especialista, “analisar a capacidade de pagamento do sacado é muito fácil, até iniciantes conseguem. Agora, saber quais são os processos adequados e como fazê-los para realmente chegar a bons resultados é para poucos”, ponderou.

De uma forma geral, ele considera o risco algo inerente à atividade, nem sempre representando um aspecto negativo. “Quem o gere adequadamente vai mais longe, pois consegue enxergar além dos concorrentes e acaba efetivando um volume superior de bons negócios, ao invés de simplesmente perdê-los por temer o desconhecido”, acrescentou.

A gama de processos para diminuir as incertezas no fomento comercial ele pontua a partir da checagem de entrega de mercadoria, passando pela consulta aos birôs de crédito e confirmação de recebimento do sacado, não devendo jamais confundir-se gestão de risco com burocracia.

Para sustentar seu ponto de vista, o professor lembrou o quanto pode ser inócuo, por exemplo, exigir uma documentação autenticada, ao passo que uma simples pesquisa do endereço da empresa ou da residência dos seus sócios no Google Street View pode fazer toda a diferença.

Em contrapartida, a notificação de compra inexistente ou malfeita pode causar a negociação simultânea de um título com duas empresas, deixando no prejuízo justamente a que menosprezou a força destrutiva dos erros operacionais.

Conscientização

A oportunidade de rever conceitos tão fundamentais manteve o interesse do auditório durante as oito horas da atividade.

Um claro exemplo disso foi dado por Sandro Di Cellio (à esquerda), gerente de controladoria de lastro da securitizadora paulistana Sigma Credit, que achou muito proveitoso seu terceiro curso com o professor Ernani.

Além das dicas que sempre coloca em prática no seu dia a dia, desta vez chamou sua atenção a análise sobre o risco de uma menor lucratividade trazida pelo atual mercado.

“Conforme falado aqui hoje, atualmente o poder está mais nas mãos do cedente do que na nossa, em virtude da oferta abundante e a consequente queda das taxas”, analisou o profissional.

Para o sócio da Positano Securitizadora, também de São Paulo, uma frase do consultor calou fundo: “o risco maior somos nós”. E Ivan Vieira (à direita) justificou: “Se você tem um dinheiro em caixa e quer fazer o giro desse recurso olhando mais a possibilidade de lucro do que o risco apresentado, precisa equilibrar as coisas, esse é o grande segredo”, defendeu.

Na sua opinião, participar do curso foi uma experiência das mais enriquecedoras, “pois o consultor traz uma coletânea da visão de muitas empresas e isso sempre agrega renovação”.

Fonte: Reperkut

http://www.sinfacsp.com.br/noticia/riscos-operacionais-superam-os-de-credito