Economia

Demanda de franqueados por crédito tem aumento de mais de 50% em 2018


 
A demanda por crédito para franquias subiu mais de 50% em 2018 nas fintechs. Para 2019, a expectativa é de a projeção de 10% de crescimento nos novos empreendimentos influencie em altas semelhantes nesses empréstimos.

De acordo com o CEO e co-fundador da Kavod Lending, Fábio Neufeld, o aumento da demanda já tem se intensificado desde outubro último, com o resultado das eleições presidenciais.

“Muita gente parecia estar segurando seus investimentos para esperar os resultados e ter um direcionamento melhor sobre este ano. A demanda já subiu mais de 50% em 2018 e deve crescer ainda mais em 2019, com a maior confiança do empresário e a recuperação da economia”, avaliou o executivo.

Para o gerente de produtos da TrustHub, Rodrigo Thedim, o movimento positivo vem tanto de empresários que buscam abrir seu primeiro negócio, como também dos que já são franqueados e querem expandir suas redes.

“A ABF (Associação Brasileira de Franchising) projeta um crescimento de 10% no faturamento com novas aberturas e outros 3% de alta provenientes de franqueados que procuram expandir suas redes”, comenta o especialista, ponderando que o impacto nas concessões de crédito para franquias “é direto”. “Não só a demanda vai crescer, mas os empréstimos também vão alcançar novos patamares”, complementa Thedim.

Custo menor

Já em relação ao custo do crédito para esses franqueados, os especialistas consultados pelo DCI ponderam que grande parte do aumento da demanda sentido pelas fintechs também vem dos altos juros cobrados pelos bancos e das garantias excessivas exigidas por essas instituições financeiras.

“Como não temos spread, por exemplo, temos um custo bastante competitivo no mercado. Além disso, a falta de interesse dos bancos na oferta da linha também nos traz uma perspectiva de ganhar mercado”, afirma Neufeld, da Kavod.

Os especialistas ponderam, ainda, que mesmo com os primeiros sinais de retomada da economia, o estoque de recursos voltados para micro, pequenas e médias companhias ainda continua bastante abaixo do visto em anos anteriores.

Os últimos dados do Banco Central (BC), por exemplo, apontam que o saldo de crédito para os MPMEs caiu 4,2% em novembro último frente a igual mês de 2017, de R$ 522,9 bilhões para R$ 500,7 bilhões.

Segundo o executivo da TrustHub, a parceria das instituições com os chamados “máster franqueados” (aqueles que possuem o direito de subfranquear as unidades de negócio) também acaba por facilitar o acesso ao crédito e permite as concessões com “juros mais justos”.

“O máster acaba sendo ele mesmo a garantia do negócio, já que ele por si só faz uma pré-seleção e não deixa qualquer um abrir uma loja em qualquer lugar. Isso permite uma inadimplência mais controlada e, consequentemente, juros melhores”, diz Thedim.

De acordo com a co-fundadora da Bcredi, Maria Teresa Fornea, outro fator que impulsiona a procura de franqueados por recursos nas fintechs são as parcerias que essas iniciativas têm feito entre si para “oferecer o pacote completo de serviços com custos bem menores do que os produtos na prateleira dos bancos”.

“Também já temos um produto remodelado, por exemplo, que possibilita seis meses de carência, um prazo mais largo para o pagamento e os juros mais baixos. São medidas que trazem capilaridade e maior acesso ao crédito às franquias”, conclui Fornea.

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