Economia

Bolsonaro diz que moeda única poderia travar 'aventuras socialistas' na América do Sul

RIO – O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira, 7, que a ideia de criar uma moeda única entre Brasil e Argentina, tratada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em visita ao país vizinho, poderia se estender a todos os países da América do Sul. Segundo ele, ainda não há prazos para a implementação da moeda única, que poderia servir como uma “trava” a “aventuras socialistas” nos países da região

“Essa proposta existe desde 2011 e o (ministro) Paulo Guedes demonstrou-se interessado, juntamente com o governo da Argentina, em voltar a estudar a questão”, disse Bolsonaro, após participar de cerimônia de formatura de sargentos da Marinha, no Rio de Janeiro.

Questionado se a proposta valeria apenas para Brasil e Argentina, o presidente respondeu: “Uma família começa com duas pessoas. O que ouvi o Paulo Guedes dizer é que gostaria que outros países se preocupassem com isso, quem sabe, fazendo uma moeda única aqui na América do Sul. Essa seria a ideia”.

Bolsonaro reagiu também a críticas do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que lançou dúvidas sobre a proposta de moeda única. Segundo o presidente, Maia ou quem quer que seja podem criticar a ideia. Para Bolsonaro, o Brasil tem mais a ganhar do que a perder com a união monetária.

“Uma nova moeda é como um casamento, você ganha de um lado e perde de outro”, afirmou o presidente, ressaltando que, no caso, o Brasil teria mais a ganhar do que a perder. “Com essa moeda única, estaríamos dando uma trava a aventuras socialistas que acontecem em alguns países da América do Sul”, completou Bolsonaro.

O presidente aproveitou para dizer que se preocupa com a eventual volta da ex-presidente argentina Cristina Kirchner ao poder no país vizinho, mas evitou comentar se eventual eleição da chapa dela poderia ameaçar as negociações do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. 

Previdência

Bolsonaro afirmou ainda que a aprovação da PEC de reforma da Previdência será um "ponto de inflexão” na recuperação da atividade econômica. Segundo o presidente, seu governo herdou um País em “crise econômica”. 

“Herdamos o País numa crise econômica. Algumas medidas foram tomadas no governo Temer, outras no nosso governo. Pode ter certeza: se isso não tivesse ocorrido no passado, estaríamos em situação muito pior. O Brasil vai se recuperar. O ponto de inflexão será a promulgação da PEC da Previdência”, disse.

O presidente defendeu medidas de ajuste fiscal, como forma de atrair investimentos e recuperar o crescimento econômico. “Hoje em dia, gastamos mais do que arrecadamos, assim sendo, não despertamos a confiança de ninguém. Ninguém quer investir num País que tem déficits bilionários ano após ano”, afirmou o presidente, que voltou a criticar a metodologia de cálculo da taxa de desemprego pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Bolsonaro também minimizou as iniciativas do Congresso Nacional, de propor projetos de lei com medidas econômicas, independentemente do governo federal. “Os projetos, o presidente pode ter, as casas legislativas podem ter, todo mundo pode ter. A iniciativa das leis não são exclusivas do presidente da República”, disse o presidente, que completou: “ Não quero a paternidade de nada, só quero que o País vá pra frente”.

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