Fomento

“Somos empresas comerciais, não financeiras”

Embora ainda predomine no mercado a ideia de que a atividade de antecipar recebíveis pertença ao mundo das finanças, Ernani Desbesel voltou a refutar tal conceito. Foi ao abrir mais uma Imersão em Gestão de Empresas, Securitizadoras e FIDCs Multisacado e Multicedente, recém-realizado por ele em São Paulo.

“Na verdade, somos empresas essencialmente comerciais que vendem dinheiro”, diz o consultor, ao considerar essa máxima a primeira grande lógica da área, seguida por outra igualmente elementar: empresas são pessoas e processos. 

A importância do elemento humano e da forma como as coisas acontecem no cotidiano do setor ele justifica com o fato de entre 90% e 95% da receita do sucesso de um FIDC ou securitizadora decorrer da força das pessoas por trás das telas de computadores, telefones, assim como nas visitas regulares a  prospects e clientes.

Tais esforços, porém, não raro resultam em conquistas aquém do esperado, sem um time  tão forte e vencedor quanto se espera seja um negócio realmente campeão, a partir do comercial.

Neste aspecto, a importância de serem escolhidas as pessoas certas para todos os setores tem como cuidado básico equivalente a divisão do comercial em duas vertentes: externa/institucional e interna/mesa de operações.

À primeira compete captar novos clientes potenciais, tendo a segundo como competência gerir a carteira, negociar, avaliar crédito, defende o profissional.

Na precificação, por exemplo, Desbesel considera fundamental uma abordagem com pensamento comercial, porém, com todas as condições definidas no momento da operação, considerando sempre o ganha-ganha da operação. 

Observando esta diferenciação e recebendo os merecidos investimentos por parte da gestão, o comercial pode cumprir sua missão de permitir à empresa entrar e sair na hora certa dos clientes, além de cobrar sempre a taxa mais justa possível.

Na contramão dos benefícios trazidos por essa estruturação da área, Ernani coloca a dificuldade de encontrar comerciais adequados no mercado, um problema, contudo,  perfeitamente administrável para as empresas dotadas de uma boa gestão, observa o profissional.