Economia

Santander diz buscar 'forte' atuação em PMEs

São Paulo - Apesar da queda na concessão de crédito a pequenas e médias empresas, o Santander prevê avanço neste semestre e diz buscar "forte" posicionamento no segmento. No segundo trimestre, o lucro do banco subiu com o custo médio menor dos produtos e melhoras em fundos e comissões.

Além de uma redução na carteira de crédito ampliada, explicada pelo presidente do Santander, Sérgio Rial, como "reflexo do ambiente econômico", o recuo na carteira do segmento de pequenas e médias ficou entre os três maiores no banco no período.

No trimestre, foram concedidos R$ 32,2 bilhões para PMEs, recuo de 8,8% em relação a igual período de 2015 (R$ 35,3 bilhões).

"Nós nunca fomos muito expostos às pequenas e médias, mas passamos a vê-las como o grande motor da economia em 2015. Elas são ainda mais importantes no nosso setor de adquirência com a Getnet, que tem dado a essas companhias acesso a preços mais competitivos de capital de giro", identifica o executivo.

Rial ainda destaca que o Santander segue adequando sua atuação no segmento de franquias e que, passado este semestre "mais duro" e de ajustes, a expectativa é de melhora das PMEs no fim do ano.

"A principal visão é que as pequenas e médias são o futuro, e o banco continuará se posicionando fortemente nesse segmento nos próximos trimestres", ressaltou.

Corte de custos

A instituição apresentou em seu resultado do segundo trimestre, ontem, lucro líquido de R$ 1,8 bilhão, aumento de 7,8% em relação a igual período do ano passado e de 8,8% em relação aos três primeiros meses de 2016. O número representa 19% de participação no resultado mundial do grupo espanhol, abaixo apenas do Reino Unido (20%), seguido pela Espanha (15%).

O crescimento foi puxado pelo crescimento de 7,7% em comissões. As altas nas comissões foram lideradas por seguros (+12,4%) e administração de fundos (+9%).

Para Rial, no entanto, além da alta expressiva nesses segmentos, o banco também fez "mudanças estruturais", voltadas principalmente para o corte de custos, e ressaltou o resultado de captações e fundos, com alta de 1,1% no trimestre.

Ele destaca que o banco reduziu o custo médio de captação em 20 pontos base no semestre com relação a igual período de 2015.

"Além de reduzirmos nossa exposição ao risco, mudamos nossa tendência em pagar média alta em produtos financeiros e passamos a pagar média baixa, o que tem favorecido produtos mais rentáveis. Como elevamos nossa presença no setor de agronegócios, conseguimos emitir mais LCAs [Letra de Crédito do Agronegócio], um produto bem mais barato do que as demais letras financeiras, por exemplo."

No resultado gerencial, as provisões de crédito apresentaram alta de 3,7% no trimestre, enquanto as despesas gerais cresceram 0,3% na mesma base de comparação. A instituição ainda mostrou aumento de 0,7 ponto percentual (p.p.) na inadimplência de 15 a 90 dias, puxada pelas pessoas jurídicas (1,2 p.p.).

Citibank

Questionado sobre a venda de parte da operação do Citi no Brasil, Rial disse que o banco tem base de clientes semelhante à do Santander e que é uma "plataforma de varejo interessante", mas pequena.

O executivo afirmou que "é bem provável" que o banco faça uma oferta vinculante para os ativos à venda do banco americano. O prazo para envio de propostas foi prorrogado para o primeiro dia de agosto.

"Temos obrigação de olhar as oportunidades que aparecem no mercado e vamos competir até o final pelos ativos", concluiu.

Isabela Bolzani

http://www.dci.com.br/financas/santander-diz-buscar-forte-atuacao-em-pmes-id563875.html