Economia

Linhas de crédito fora dos bancos ajudam empresas a sobreviverem à crise

Há dois anos e meio, o empresário Jorge Leonardo da Silva Vieira abriu um berçário em São Paulo para poder ficar mais perto de sua filha, Pietra. "O negócio foi dando certo e peguei um empréstimo para fazer uma ampliação e aumentar o número de crianças". Os altos juros da dívida contraída, no entanto, acabaram tornando o que era para ser um impulso para a empresa em um peso nas finanças do negócio, que acabou ficando descapitalizado.

Jorge não é um caso isolado. De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae), as micro e pequenas empresas vêm sofrendo com queda em seus faturamentos reais por quase dois anos.

O ano de 2017 começa a ver uma leve recuperação do setor. Em janeiro, as micro e pequenas empresas paulistas exibiram alta de 3,9% no faturamento comparado ao mesmo período do ano anterior. No entanto, setores importantes para a economia como a indústria e comércio ainda amargam quedas de, respectivamente, 6,2% e 2% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Neste cenário, muitas empresas acabam se endividando de forma não saudável. De acordo com pesquisa feita pelo Cemec (Centro de Estudos do Instituto Ibmec), 48,7% das 256 empresas analisadas não conseguiram gerar caixa suficiente para cobrir seus gastos no terceiro trimestre do ano passado.

Não é só o mal desempenho da economia que tem contribuído para o endividamento do empresário brasileiro. As altas taxas de juros praticadas pelo sistema bancário tradicional também contribuem para esse desempenho negativo.

De acordo com relatório do grupo financeiro Goldman Sachs, o Brasil tem o terceiro maior spread bancário - a diferença entre a taxa de juros que o tomador paga e a que o investidor recebe - do mundo. Essa porcentagem é de onde o banco tira seu lucro. Um spread bancário alto é em geral justificado como uma forma de mitigar a inadimplência. Só que de acordo com o Banco Mundial, o país está em 72 lugar em inadimplência.

Em um sistema bancário em que 90% das agências bancárias estão concentradas em cinco bancos, fica difícil fazer com que a concorrência do mercado torne essas taxas mais justas.

Fintechs: alternativas de empréstimo fora dos bancos

Usando tecnologia para trazer inovação, as fintechs (empresas de tecnologia aplicada ao mercado financeiro) conseguem reduzir seus custos de operação e assim oferecer taxas de juros mais baixas.

As mais de 20 fintechs de empréstimo do mercado brasileiro oferecem alternativas de crédito inovadoras como o peer-to-peer lending (P2P). Também conhecido como empréstimo coletivo ou crowdfunding para empresas, esse modelo conecta empresas que precisam de crédito com investidores.

"O Peer to Peer elimina a necessidade de um banco tradicional, e faz com que o empreendedor tenha acesso à taxas de juros até 70% menores", explica Daniel Gomes, CEO da Nexoos.

O modelo já é popular em países como os Estados Unidos, Inglaterra, Canadá e Austrália. A inglesa Zopa, pioneira no setor com 10 anos de existência, já facilitou o financiamento de mais de mais de U$ 2,5 bilhões em empréstimos.

No Brasil a Nexoos oferece crédito através do modelo peer-to-peer. A fintech atende empresas com pelo menos 2 anos de existência e faturamento anual mínimo de R$ 250 mil. 

Para mais informações acesse: https://www.nexoos.com.br/ 

https://www.terra.com.br/noticias/dino/linhas-de-credito-fora-dos-bancos-ajudam-empresas-a-sobreviverem-a-crise,b8b6e3bc43f7ce07a88dd3f23cde9bb5jl7s05vw.html