Economia

Demanda por crédito dos micro e pequenos empresários aumenta 1,7 pontos percentuais em junho

O apetite por investimento dos micro e pequenos empresários aumentou em junho. A constatação é do Indicador de Demanda por Crédito calculado pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito). O indicador marcou 48,3 pontos em junho, ante 46,6 em maio. O índice varia de zero a 100, sendo que quanto mais próximo de 100, maior é demanda do empresário ao investimento.

A melhora do indicador fez com que a parcela de empresários que pretendem investir alcançasse 37%, chegando ao mesmo percentual dos empresários que não devem investir. Os indecisos somam 25% da amostra.

Dentre os empresários que não pretendem investir, a maioria justifica dizendo que não vê necessidade (45%) ou relata a percepção de que o país ainda não saiu da crise (31%). Há ainda 24% de entrevistados que já investiram recentemente e aguardam retorno.

Já entre os micro e pequenos empresários que pretendem realizar investimentos nos próximos três meses, a maior parte tem como finalidade aumentar as vendas (58%), além da adaptação da empresa a uma nova tecnologia (30%) e da necessidade de atender a uma demanda que aumentou (25%). Para isso, os destinos dos investimentos mais citados são a compra de máquinas e equipamentos (30%), ampliação dos estoques (22%), reforma da empresa (19%) e divulgação em mídia e propaganda (16%). A origem dos investimentos será, para a maioria, o capital próprio, seja por meio de recursos guardados (45%) ou venda de bem (7%).

Na avaliação do presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, o ambiente de incerteza que ainda paira faz com que os projetos de expansão e melhoria do negócio sejam colocados em segundo plano e a preocupação de grande parte dos empresários passa a ser lidar com a queda do faturamento e o aumento da inadimplência

“A lenta recuperação da crise leva muitas empresas a operarem com capacidade ociosa e, em alguns casos, até a redução do quadro de funcionários. Neste ambiente, os investimentos são adiados”, explica Pellizzaro Junior.

Dificuldade de contratar um empréstimo

Mais de um terço dos empresários de menor porte considera difícil contratar empréstimos e financiamentos, contra apenas 16% que avaliam o processo de modo simples. Os principais motivos são o excesso de burocracia e as exigências dos bancos (61%) e as altas taxas de juros (47%).

Na opinião dos entrevistados, o crédito via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social) é o mais complicado de se obter, com 21% de menções. Em seguida aparecem os empréstimos em instituições financeiras (16%).

Já entre os que consideram a contratação algo fácil (16%), as justificativas mais citadas são o bom relacionamento com o banco (45%), estar com as contas em dia (45%), encontrar-se com a documentação regularizada (30%) e tempo de existência da empresa (17%).

Levando em conta a minoria de empresários que tomarão recursos emprestados, a média é de R$ 44.339,62 a serem contratados

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