Economia

Crowdfunding - Financiamento Colaborativo

Por Elaine Machado, Colaboradora do MLA – Miranda Lima Advogados.

Nos tempos atuais não faltam ideias para que as pessoas possam empreender e terem seu próprio negócio para serem independentes financeiramente, não é mesmo?

Mas o que fazer se a ideia na cabeça não for compatível com o dinheiro no bolso?

Muito tem se falado de uma ferramenta muito interessante que tem sido bastante utilizada para a realização de projetos idealizados, que é o Crowdfunding, ou como também pode ser chamado, financiamento coletivo.

Hoje em dia, certo é, que tudo que fazemos tem a internet nos rodeando. A comodidade está em nossas mãos ao alcance de um simples botão. E assim, também a dita “economia colaborativa” tem ganhado força para facilitar a vida dos empreendedores.

Muitos também o chamam de vaquinha virtual, quase que um sinônimo, todavia há uma diferença bem sutil. O Crowdfunding é uma forma de captação de recursos para elaboração de projetos, com base na colaboração financeira de pessoas que investem na realização deste projeto através de plataformas virtuais. É mais ou menos como o ditado popular: A união faz a força. Nele há a colocação de um produto ou uma ideia no mercado. Já a vaquinha virtual consiste somente na doação de um valor arrecadado sem a necessidade de se esperar um resultado final positivo, não há recompensas e nem grande divulgação, normalmente são voltadas para a causa assistencial e caridade, como na causa animal por exemplo, em que muitos protetores resolvem fazer uma “vaquinha online” para captar recursos para resgate de animais de rua.

Assim, no Crowdfunding quem tiver um projeto engajador em mente e precisar de recursos financeiros para colocá-lo em ação precisa “vender” sua ideia através destas plataformas digitais com o intuito de assim conseguir meios financeiros para a realização da empreitada. O criador do projeto precisa apresentar a ideia e estipular metas para que seu objetivo seja alcançado.

Isto porque, para que o financiamento coletivo tenha êxito é necessário que o criador faça uma boa campanha/divulgação online sobre os benefícios do projeto, com seus objetivos muito bem definidos, fazendo com que pessoas interessadas comprem sua ideia, divulgando o projeto juntamente com o criador, acreditando firmemente no propósito em questão, e fazendo suas doações.

Normalmente o criador da campanha cria programa de recompensas aos doadores, de forma a atrair uma rentabilidade financeira maior para a execução da sua ideia.

Há duas modalidades básicas de Crowdfunding em prática hoje em dia, que são chamadas de flexíveis ou de tudo, ou nada:

Modalidade do Tudo ou nada

Na modalidade do Tudo ou nada é necessário que o criador do projeto estabeleça um valor mínimo para ser arrecadado em um determinado tempo como meta, e caso tal meta não seja alcançada, todo o valor arrecadado é devolvido aos seus doadores. Ou seja, ou arrecado o estipulado, ou nada feito.
 
Modalidade flexível

Na modalidade flexível, mesmo que não seja alcançada a meta de valor arrecadado ao final do prazo estipulado, o criador fica com o valor que já foi arrecadado.
Diante dessas duas modalidades de Crowdfunding, há pesquisas que apontam que o “tudo ou nada” tem a possibilidade de ter o dobro de êxito da modalidade flexível, pois confere mais segurança ao projeto, já que é certo que o projeto se concretizará com a meta total do que foi estipulado, e não com o que der para conseguir, e elaborar um projeto mal feito com dinheiro pela metade.  

Assim, muitos afirmam que a modalidade do tudo ou nada traz um espírito de empenho na concretização do projeto muito maior até pelos doadores, que torcem para que o valor seja alcançado, sabendo que o projeto será realizado plenamente e não investirão seu dinheiro em algo que não terá futuro.

Em razão do explicitado acima, algumas plataformas cobram taxas de administração mais altas na modalidade flexível. Normalmente, na “tudo ou nada” caso não alcance o valor estipulado, o que foi arrecadado é devolvido aos doadores sem a cobrança de taxas, já na flexível, como o valor arrecadado é repassado ao criador do projeto, há a cobrança de taxas.

O primordial para um Crowdfunding dar certo é conhecer o público alvo em potencial que irá colaborar com seu projeto, pois as pessoas somente contribuirão com uma causa se houver identificação com ela. Elas precisam saber onde estão colocando seu dinheiro, entender por que será uma boa ideia contribuir e confiar naquele projeto.

Desta forma, esta nova modalidade de captação de recursos para engajar um projeto idealizado tem sido muito procurada e com bastante índices de sucesso, todavia o criador precisa deixar bem claro na divulgação de sua ideia qual a finalidade do projeto, fazer uma campanha maciça em torno dos benefícios daquela ideia, ter metas financeiras claras, realistas e a transparência para conquistar o público alvo, pois pesquisas revelam que a maior causa dos Crowdfunding não darem certo é uma campanha mal sucedida.