O Grupo DOK, dono das marcas próprias DOK, Dijean e Bical, e detentor do licenciamento da marca Ortopé, divulgou nota na tarde desta quarta-feira (21), confirmando o desligamento de parte dos colaboradores da unidade de Birigui (SP).
A empresa, que também tem unidades fabris no nordeste, entrou com processo de recuperação judicial em fevereiro do ano passado na Justiça de Sergipe, devido a dificuldades financeiras, mas o procedimento foi suspenso no final do ano a pedido do escritório DSX Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios e mais oito fundos de investimentos, patrocinados pelo escritório FZ Advogados.
De acordo com o próprio Grupo DOK, a desembargadora encarregada da análise de jurisdição de recuperação judicial da companhia, no Sergipe, apresentou decisão para analisar mais detidamente sobre a competência de julgamento do processo entre Frei Paulo (SE) ou Birigui.
Demissões
Segundo a empresa, as demissões informadas nesta quarta-feira são em decorrência do grave cenário macroeconômico e dos desafios enfrentados pela indústria calçadista nacional. A reportagem não conseguiu apurar quantos trabalhadores foram desligados e quantos continuam trabalhando na unidade de Birigui.
O grupo argumenta que entre janeiro e novembro do ano passado, foram perdidos mais de 7 mil postos de trabalho na atividade no País, de acordo com dados da Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados).
Na nota, o Grupo DOK afirma que apesar desse cenário, a gestão da empresa atingiu nos meses de outubro e novembro de 2023, os picos de faturamento do ano. “Isso significava não só a estabilidade dos empregos, mas também a maior recuperabilidade dos créditos dos credores sujeitos à recuperação judicial”, informa.
Recuperação judicial
A empresa argumenta que além desse aumento de faturamento, estava em fase avançada de aprovação do plano de recuperação judicial, que envolvia injeção de capital para criação de novos empregos.
“Entretanto, por decisão unilateral conferida em 17 de novembro de 2023 pelo Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe, a recuperação judicial do Grupo DOK está suspensa. Com isso, fornecedores, clientes e demais players recuaram no fomento da empresa, o que ocasionou em queda no faturamento e piora da estrutura de capital da empresa”, informa a nota.
A empresa afirma ainda que desde então está tentando reverter essa decisão e que espera conseguir isso em breve, acrescentando que a suspensão do processo de recuperação prejudica o próprio grupo, os trabalhadores e credores sujeitos à recuperação judicial.
Novo diretor
Ainda em nota, o Grupo DOK informa que, em reforço de sua governança corporativa, trocou seu diretor estatutário, cargo que desde 29 de janeiro de 2024 é ocupado por Pedro Henrique Torres Bianchi. Segundo a empresa, ele terá a função de responder legalmente pelo Grupo DOK e liderar a negociação com os credores.
“A empresa informa ainda que está trabalhando ao máximo para que a redução dos postos de trabalho resulte no menor impacto possível para as comunidades e que esta foi a última opção após a adoção de uma série de medidas para evitá-las”, finaliza a nota.
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